"Psychocandy" - Ano de lançamento 1985
No ano de 1985, uma nova variedade de doce foi lançada sob o nome de Psychocandy. Suas referências sonoras eram antagônicas na época – de um lado o ruído ensurdecedor, a microfonia e o barulho em sua forma mais brutal; do outro, a melodia, sessentista, nostálgica, docemente sussurrada. E o imaginário que suas letras pintavam era insólito: uma relação estranha e inédita entre rock e religião submetida a um ar ao mesmo tempo blasé e violento, uma mistura estranha entre poeta e caubói.
Hoje, vários discos depois do gênesis de sua bíblia, é fácil entender o Jesus. São escoceses que enxergam o rock como uma nova versão do cristianismo, Velvet Underground e Beach Boys pagando tributo ao mesmo Cristo – Elvis Presley. Sacerdotes de sua própria religião, o Jesus usa a guitarra como missa e todo o barulho que ela pode fazer como uma forma de resgatar os princípios básicos da comunhão com o senhor – a rebeldia, o inconformismo, o anti-status quo. A microfonia é só o latim – a língua em que a religião soa melhor. A Santíssima Trindade é formada por três acordes que, dispostos da maneira correta, como uma oração, permitem a entrada de qualquer canção – qualquer uma, não importa. "A religião é só uma forma de você refletir o que você representa", explica Jim Reid em entrevista por telefone ao 1999, "criando santos e demônios para representar o bem e o mal, que você pode escolher. Escolhi falar do rock porque ele é muito mais próximo de mim que santos e demônios".
E por rocker eles entendem uma figura meio poeta, meio caubói, sensível e durão que, como eles, podem improvisar um rock básico apenas arrancando frases a esmo de um livro de William Burroughs. Uma pessoa que era produto de "uma revolução de amor que se tornaria uma religião de amor", como escreveu Jack Kerouac, o "novo herói americano, representado pela tríade James Dean/ Marlon Brando/ Elvis Presley – a imagem da própria piedade". Por isso, o ar arrogante – pena disfarçada de orgulho.
E por rocker eles entendem uma figura meio poeta, meio caubói, sensível e durão que, como eles, podem improvisar um rock básico apenas arrancando frases a esmo de um livro de William Burroughs. Uma pessoa que era produto de "uma revolução de amor que se tornaria uma religião de amor", como escreveu Jack Kerouac, o "novo herói americano, representado pela tríade James Dean/ Marlon Brando/ Elvis Presley – a imagem da própria piedade". Por isso, o ar arrogante – pena disfarçada de orgulho.
Não no formato barrinha, mas no formato bolachinha (de vinil). Logo virou febre entre os mais atormentados adolescentes ingleses. A banda era o Jesus & Mary Chain, sensação recente no Reino Unido por já ter lançado quatro outras delícias no formato single: Upside Down, Never Understand, You Trip Me Up e Just Like Honey.Psychocandy era um doce de difícil digestão. Trazia uma base baixo-bateria estável e no volume 2 e uma camada de guitarras e microfonias completamente nervosas no volume 10. Era o que muitos chamaram de absurdo! A banda dos irmãos Reid (Jim, vocal, e William, guitarra) com Douglas Hart no baixo e Bobby Gillespie (que depois criou o Primal Scream) na bateria foi recebida de braços abertos pela crítica inglesa. Só faltava o público mundial. A Inglaterra, fiel, ouvia Jesus, mas o mundo ainda não os conhecia.
5 Comments:
Que nada cara! quando vi seu comentario sobre o post abaixo (another kind...) quis escrever, ai nao podia, tinha que se cadastrar, acabei me cadastrando só para escrever! brigado nada, seu blog é que é legal :)
Mary Chain é a minha favorita desde sempre...
Tem uma banda, "Singapore Sling", que é muito boa e segue a linha deles, se não conhece dá uma conferida que vale a pena é bem foda. As guitarras são encharcadas de fuzz e outros ruídos.
Salvo engano são da Islândia e tem dois discos - The curse of Singapore Sling e Life is Killing My Rock'n'Roll. Mil vezes melhor que BRMC, não dá nem pra comparar.
freeway
Ei, vai no festival em BH, BH Rumble?
Não poderei estarei trabalhando..Pena
Wemerson
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
"Alex Valenzi & The Hide-a-Away Cats" foi o que gostei mais. incendiário!
errei o outro x
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