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segunda-feira, novembro 13, 2006



"Psychocandy" - Ano de lançamento 1985

No ano de 1985, uma nova variedade de doce foi lançada sob o nome de Psychocandy. Suas referências sonoras eram antagônicas na época – de um lado o ruído ensurdecedor, a microfonia e o barulho em sua forma mais brutal; do outro, a melodia, sessentista, nostálgica, docemente sussurrada. E o imaginário que suas letras pintavam era insólito: uma relação estranha e inédita entre rock e religião submetida a um ar ao mesmo tempo blasé e violento, uma mistura estranha entre poeta e caubói.
Hoje, vários discos depois do gênesis de sua bíblia, é fácil entender o Jesus. São escoceses que enxergam o rock como uma nova versão do cristianismo, Velvet Underground e Beach Boys pagando tributo ao mesmo Cristo – Elvis Presley. Sacerdotes de sua própria religião, o Jesus usa a guitarra como missa e todo o barulho que ela pode fazer como uma forma de resgatar os princípios básicos da comunhão com o senhor – a rebeldia, o inconformismo, o anti-status quo. A microfonia é só o latim – a língua em que a religião soa melhor. A Santíssima Trindade é formada por três acordes que, dispostos da maneira correta, como uma oração, permitem a entrada de qualquer canção – qualquer uma, não importa. "A religião é só uma forma de você refletir o que você representa", explica Jim Reid em entrevista por telefone ao 1999, "criando santos e demônios para representar o bem e o mal, que você pode escolher. Escolhi falar do rock porque ele é muito mais próximo de mim que santos e demônios".
E por rocker eles entendem uma figura meio poeta, meio caubói, sensível e durão que, como eles, podem improvisar um rock básico apenas arrancando frases a esmo de um livro de William Burroughs. Uma pessoa que era produto de "uma revolução de amor que se tornaria uma religião de amor", como escreveu Jack Kerouac, o "novo herói americano, representado pela tríade James Dean/ Marlon Brando/ Elvis Presley – a imagem da própria piedade". Por isso, o ar arrogante – pena disfarçada de orgulho.
Não no formato barrinha, mas no formato bolachinha (de vinil). Logo virou febre entre os mais atormentados adolescentes ingleses. A banda era o Jesus & Mary Chain, sensação recente no Reino Unido por já ter lançado quatro outras delícias no formato single: Upside Down, Never Understand, You Trip Me Up e Just Like Honey.Psychocandy era um doce de difícil digestão. Trazia uma base baixo-bateria estável e no volume 2 e uma camada de guitarras e microfonias completamente nervosas no volume 10. Era o que muitos chamaram de absurdo! A banda dos irmãos Reid (Jim, vocal, e William, guitarra) com Douglas Hart no baixo e Bobby Gillespie (que depois criou o Primal Scream) na bateria foi recebida de braços abertos pela crítica inglesa. Só faltava o público mundial. A Inglaterra, fiel, ouvia Jesus, mas o mundo ainda não os conhecia.

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Que nada cara! quando vi seu comentario sobre o post abaixo (another kind...) quis escrever, ai nao podia, tinha que se cadastrar, acabei me cadastrando só para escrever! brigado nada, seu blog é que é legal :)

segunda-feira, novembro 13, 2006  
Anonymous Anônimo said...

Mary Chain é a minha favorita desde sempre...

Tem uma banda, "Singapore Sling", que é muito boa e segue a linha deles, se não conhece dá uma conferida que vale a pena é bem foda. As guitarras são encharcadas de fuzz e outros ruídos.

Salvo engano são da Islândia e tem dois discos - The curse of Singapore Sling e Life is Killing My Rock'n'Roll. Mil vezes melhor que BRMC, não dá nem pra comparar.

freeway

Ei, vai no festival em BH, BH Rumble?

quarta-feira, novembro 15, 2006  
Blogger PsychoByron said...

Não poderei estarei trabalhando..Pena

Wemerson

sábado, novembro 18, 2006  
Anonymous Anônimo said...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

segunda-feira, novembro 20, 2006  
Anonymous Anônimo said...

"Alex Valenzi & The Hide-a-Away Cats" foi o que gostei mais. incendiário!

errei o outro x

segunda-feira, novembro 20, 2006  

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