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segunda-feira, novembro 13, 2006


How Soon Is Now? - The Smiths

Byron despertou de mais uma noite mal dormida. Seu rosto ainda trazia um pouco das tristezas e alegrias do dia anterior, na qual ele passou entre “pints” (como os ingleses chamam as cervejas) e punk rock, ele se levantou da cama e ligou o rádio em uma estação qualquer (um de seus sonhos era poder ouvie a BBC one, mas este sonho teria que esperar). Tomou um banho rápido, e saiu pelas ruas ainda frias de uma típica manha de outono, ele tinha apenas 17 anos, mas já se achava meio velho para aquilo tudo, às vezes a juventude falava mais alto é ele se dava ao luxo de ser um jovem normal, mas estes momentos eram tão raros.
A escola para ele era um lugar triste cheio de regras e lições que deveriam ser esquecidas e não aprendidas. Não tinha amigos ali, apenas conhecidos, rostos deformados pelo egoísmo e luxuria de suas vidas tão banais. Depois do almoço ele se encontrava com Steve seu melhor amigo na época. Os dois mais a namorada de Steve, chamada Carla caminhavam trocando algumas palavras, Byron estava treinando seu inglês com Steve este um americano nativo da região americana do Maine, seu sonho era ir para a Inglaterra e passar pelo menos dois anos por lá, estudando e vivendo seu English Dream na terra da Rainha.
Byron tinha um passado um tanto que glorioso. Ele havia sido e ainda era o líder de uma gangue de rua, que se auto intitulava Commados, nome este que era uma homenagem aos soldados americanos e ingleses que lutaram no desembarque na Normandia no chamado dia “D”.
Agora esta gangue estava reduzida à meia dúzia de gatos pintados que ainda tinha a vitalidade e garra dos dias de gloria.
Steve que tinha o nome de batismo Stephen Patrick O`Haley Jones era filho de um diplomata americano que perdeu um filho no Vietnam é que se mudou para o Brasil junto com a família para esquecer os fantasmas da guerra, já que o mesmo era um veterano.
Os dias da semana eram quase todos que iguais, a mesma rotina cinza e triste. Mas os finais de semana tinham que ser vivos e cheios de cores, mesmo que este se resuma a uma briga na rua ou mesmo um bom show de rock qualquer.

Finalmente a sexta-feira havia chegado, e com ela a alegria que era uma novidade no rosto de Byron e Steve. Naquela noite no Club 130, uma banda formada por amigos iria tocar e eles estariam ali para aumentar o publico e tentar descolar alguma adrenalina em meio ao caos das rodas de “pogo” e entre os decibéis dos amplificadores.
No meio da tempestade um olhar se cruza com o de Byron. Carolina o olhava como se ela fosse uma águia americana vigiando sua presa, ele estava atento, mesmo assim mantinha distancia, pois sabia que este relacionamento podia render uma grande estória de amor, ou uma estória de perdas e incertezas.
Carla amiga de Carolina torcia pelo amor entre ambos, pois sabia da tamanha solidão em que o amigo vivia. Desde a morte de uma namorada quando ele tinha apenas 15 anos seus relacionamentos amorosos estavam escassos.
Depois de algumas pints a mente de ambos só queria uma coisa, ver se realmente valia a pena, deixar para trás alguma timidez, e investir em uma conversa agradável e divertida.Naquela noite Byron e Carolina dormiram juntos e abraçados. Mas não houve sexo, nenhum dos dois tocou no assunto. Ouve na verdade algo mais verdadeiro os dois compartilharam amizade e ternura, carinho e atenção. A partir daquele momento eles estavam unidos por algo que nós não podemos comprar: a amizade sincera.