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sábado, outubro 27, 2007



Considerado por muitos como o melhor disco dos Ride, “Nowhere” é não só um dos grandes momentos do chamado “shoegazing”, mas também um dos discos que poderá estar num Top 20 dos discos da década de 90.
“Nowhere” com a sua capa emblemática, é um disco clássico, do princípio ao fim.
Todas as canções, à sua própria maneira, demonstram a magia da música deste quarteto de Oxford no seu melhor momento: o caos controlado da bateria de Laurence Colbert, a urgência do baixo de Steve Queralt, o “feedback” monótono da guitarra ritmo de Mark Gardner, superiormente “misturados” com a atmosfera melódica criada pela guitarra de Andy Bell. Todos eram soberbos músicos. Outros instrumentos, como a harmónica e a guitarra acústica, aleatoriamente incluídos, visavam ainda embelezar mais as canções. E a perfeita combinação harmónica das vozes de Bell e Gardner, distinguia-os das restantes bandas.

Na melhor tradição britânica de classificar os géneros musicais, o som dos Ride é o que se definiu como “shoegazing”, (os músicos em palco estavam tão absorvidos com a sua música que ficavam a olhar para baixo, para as guitarras, dando a impressão que estavam a olhar permanentemente para os sapatos) mas comparando-o com o dos reis do movimento – My Bloody Valentine – é mais melódico e direto. Provavelmente é o resultado da presença da Rickenbacker de Andy Bell, e os seus efeitos e distorção.
O disco começa em clímax, com ondas de distorção e guitarras que parecem estar a chorar em “Seagull”, e contém canções imensas como “Dreams Burn Down”, e profundas como “Paralysed”. O resultado final é que não encontramos ao longo destas onze canções nenhum momento de fracasso.
O legado de “Nowhere” é um disco clássico, que ao procurar atingir as estrelas, consegue alcançar a lua.