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domingo, abril 05, 2009

JustificarO início dos anos 90. Vendo a coisa toda agora por uma outra perspectiva, sou até capaz de afirmar que aquele foi um período maravilhoso! Até os hypes daquela época tinham sua dignidade. Hoje, quinze minutos de fama é muito. Lembro que antigamente bastava pegar um periódico qualquer, ou mesmo a velha Bizz e, se você fosse um cara esperto e atento, poderia encontrar nas notas de pé de página coisas realmente surpreendentes. Foi nessas que conheci e tentei acompanhar bandas que nunca deram em nada aqui no Brasil, como os Thee Hypnotics e o Gallon Drunk.

Quando surgiu lá pelo final dos anos 80, início dos 90, o Gallon Drunk logo virou sensação no circuito alternativo britânico. John Peel os adorava. Alguns singles lançados e a reputação de ótima banda ao vivo, bastaram para garantir a atenção da imprensa britânica, sempre ávida por novidades toda semana. Disseram até que eles eram a banda mais quente do momento. Também era comum os jornalistas associarem o grupo ao velho Birthday Party, o que, covenhamos, tem lá seu fundamento. Pois bem, o Gallon Drunk, ao contrário do que possa sugerir o que foi descrito até aqui, não era um mero hype. O grupo tinha (e ainda tem) consistência, personalidade e uma integridade à toda prova.Musicalmente falando, o Gallon Drunk é uma perfeita simbiose de todos os elementos que garantem 100% de acerto na hora de se criar algo com estilo: rockabilly, blues, dejetos de jazz, gospel, música de cabaré, e um climinha de filme B para acentuar o aspecto kitsch da coisa toda.A banda responde principalmente pela persona de James Johnston (vocal, guitarra, gaita, piano, órgão, etc...) Sim, tudo ao mesmo tempo! Johnston, além de comandar até hoje seu já veterano combo etílico, também costura para fora como guitarrista nos Bad Seeds do menino Nick Cave – que, inclusive, lançou ano passado um disco simplesmente matador! Mas voltando ao James Johnston e seu Gallon Drunk, este post aqui é basicamente mais um daqueles ímpetos altruístas que eu tenho de vez enquando.