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sexta-feira, dezembro 14, 2007

The Cure "Three Imaginary Boys - Deluxe"


Quando Chris Parry (CP) contratou os The Cure para a sua Fiction Records, queria um trio à imagem dos The Jam. E assim foi gravado este "Three Imaginary Boys" (3IB).
Corria então o ano de 1979. O punk ia rebentando os últimos foguetes e consequentes motins, os Joy Division e os Siouxsie And The Banshees tinham lançado as suas primeiras edições no ano transacto e a vida em Inglaterra não ia famosa. Portugal nem para férias servia.
Os The Cure eram três rapazes saídos de Crawley que tinham lançado um polémico single "Killing an Arab" (conotações racistas com o título da música que estavam totalmente erradas) e que rapidamente entraram em estúdio para gravar este disco. Robert Smith (RS) era o líder e compositor de serviço e nesta fase apoiava-se numa estrutura de poucos acordes, refrão orelhudo e pouco mais num espaço de três minutos. Imagine-se uns Beatles nos seus primeiros tempos, mas com uma atitude de subúrbio. Mas o ponto que distingue este 3IB é a produção do já referido CP. O som que ele queria para a banda, claramente não era o que a banda queria, tal como podemos comprovar no seguinte "Seventeen Seconds", este já com produção de RS e Mike Hedges. Daí que este 3IB seja uma falsa partida para uma carreira já com uma respeitosa idade e bastantes pontos altos.
Este é portanto um disco sem os famosos singles dos The Cure, ainda em fase pré-depressão, pré-ácido, pré-maquilhagem, pré-carradasdeLSD e pré-concertosdeestádio.
Uma nota para destacar alguns aspectos curiosos. No design deste disco, na primeira edição, as músicas eram identificadas apenas por símbolos (ver fotografia em baixo) que correspondiam a fotografias na contra-capa.

Não haviam igualmente fotografias da banda e a capa, que podem ver no topo, eram três objectos que supostamente corresponderiam aos elementos da banda. Era a aura de mistério que CP queria para a banda. Olhando agora para trás, talvez tenha resultado.
Chegados a 2005, vem esta re-edição, que para além do som remasterizado, inclui também um disco de raridades. Ora, tendo em conta que tanto a produção estava deslocada, como a composição dos temas era ainda incipiente, raridades não melhoram muito o aspecto geral desta edição. Servem essencialmente para os fãs acompanharem algumas demos, out takes, faixas mais ou menos perdidas (sim, está por aqui o "Boys Don´t Cry" original) e versões ao vivo.
Portanto e para finalizar, uma edição sobretudo para fãs e em especial para aqueles com o disco de vinil já g
asto.