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quinta-feira, maio 21, 2009

Never Lose That Feeling


No finalzinho da década de 80 e início da de 90 surgiu um punhado de bandas que adoravam tecer camadas de guitarras que se sobrepunham aos vocais, geralmente pálidos, tímidos. Enquanto tocavam mantinham-se quietos, imóveis, imersos em seus instrumentos, daí denominaram de “shoegazer” o som que eles faziam. Por frequentarem uns os shows dos outros, alguém resolveu enquadrá-los numa cena: “the scene that celebrates itself”. Ride, Pale Saints, Slowdive, Chapterhouse, Lush, My Bloody Valentine, Swervedriver, Boo Radleys e Jesus and Mary Chain (considerado um dos precussores) são as mais citadas quando se fala de shoegazer, termo que a maioria das bandas rejeita.

De lá pra cá surgiu uma porção de bandas “reinventando” a sonoridade shoegazer, agora denominadas de dream-pop ou nu-gazer. O início dessa década marca o surgimento de um número cada vez maior de bandas com essa sonoridade nos mais diversos cantos do planeta, seja na Alemanha, Indonésia, Japão, Brasil, EUA, SUécia e também no reino Unido, onde tudo começou.

Como forma de homenagear os ícones shoegazer, o selo inglês AC30 desde 2005 vem editando a coletânea “Never Lose That Feeling”, título de uma canção do Swervedriver. A coletânea é também uma forma de apresentar os novos nomes da cena dream-pop mundial, muitas dessas bandas sediadas no próprio selo.

A coletânea deu tão certo que já vai no terceiro volume. A idéia é que as bandas façam versões de canções daquela primeira geração. O resultado é bastante curioso e atraente, os fãs do estilo com certeza têm um prato cheio para se deleitar, principalmente aqueles que como eu gostam de ouvir uma canção por uma ótica “diferente”.

Nesse terceiro volume encontramos versões bem próximas da original como “She Calls” (The Daysleepers), “Strawberry Wine” (Pia Fraus), “Dagger” (Highspire), “To Here Knows When” (Cosmicdust) ou tentativas de reinvenção: “Darklands” (The Flowers Of Hell), “In a Diferent Place” (Mole Harness, Chipper and S J Esau), “Love Forever” (Ulrich Schnauss). São dezesseis bandas, dezesseis faixas e o resultado oscila entre o interessante, o inusitado e o previsível, mas que deve ser conferido.

domingo, maio 10, 2009


Melbourne, Australia é o lar doce lar do mais novo assiduo frequentador dos meu som atualmente, algo mais ou menos assim se Debbie Harry fosse a vocalista do J&MC a banda seria o The Sunday Reeds, tomei conhecimento meio que sem querer e foi ouvir e ouvi mais e mais e viciou de tal forma a ser o album mais rodado por aqui neste final de semana, o debut recem lançado, Drowning in History é o album da vez por aqui, curto e certeiro, com aquele tipico sentimento que quando você precisa de mais ele acaba, um bubblegum de feedback que gruda desde a sequência de abertura que parecem sequências de Taste Of Cindy com 2000 & Something, Dead Inside e Wrong até o ultimo acorde de Radio Blues, as influências deste duo caminha de Velvet a Ramones, passando por Beach Boys e Ronnetes, sempre encharcado de distorção white noise e feedback com as linhas de baixo quadradissimas marcando conjuntamente com o kit tribalistico de bateria a´la Bobby Gillespie fase Psychocandy.

Tipo tem que ter o disquinho na coleção que é coisa finissima, chego a dizer que não há momentos mais ou menos no album....é fodaço linearmente falando, altamente cool, um deleite para amantes de wall of sound, ou como a banda coloca no site deles, se Bonnie & Clyde montassem uma banda ela seria o Sunday Reeds.

sexta-feira, maio 01, 2009

Assim como as bandas de garagem, os filmes psicodélicos dos sixties representam um importante extrato da cultura pop daquele período, ainda que extremamente subestimados. Em alguns casos os realizadores foram capazes de lançar mão de sua criatividade e ousadia, produzindo com baixíssimo custo, obras que refletiam bem o espírito da época. Um dos filmes mais bacaninhas desse segmento é o Riot On Sunset Strip, aqui conhecido como "Os Transviados de Sunset Strip".

Um bom tempo atrás a extinta Rede Manchete chegou a exibir vários desses filmes psicodélicos. Hoje eu procuro e não acho nada em lugar algum! Este Riot On Sunset Strip, filme do cineasta Arthur Dreifuss, retrata o confronto entre hippies e policiais na cidade Los Angeles, enquanto bandas como The Standells e Chocolate Watch Band botam pra quebrar em performances memoráveis.

O mais interessante no filme é justamente a presença desses grupos em algumas seqüências tocando em bares. A trilha, composta por músicas dos grupos citados (entre outros...), é Classe A e de certa forma deu as bandas uma efêmera notoriedade. Depois, veio a época da faculdade e muitas acabaram - algumas até voltaram anos depois já acolhidas como cult bands. Mas isso é uma outra história...