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sexta-feira, abril 15, 2011


                             


                                Stereolab - Wow And Flutter




Sabado... um calor infernal toma conta da cidade, no horizonte nuvens carregadas circulam a cidade.
Byron olhou fixamente para um poster do Pink Floyd que fica ao lado da estante de Cd`s e bocejou mais de tédio do que de sono, sentou-se em frente a tv, e colocou os pes sobre a mesa de centro, colocou as duas mãos na nuca e pensou sobre o que fazer mais a noite.
Enquanto ia trocando os canais, sua mente se perde em pensamentos e estrategias de como tentar fugir de outro sabado tedioso.
Minutos depois já na cozinha, enquanto bebia outra lata de coca-cola, viciou adquirido nas ultimas semanas, pegou o telefone e ligou para Karen Karpenter, depois dos cliches de telefonemas para amigos tipo: “ E ai você sumiu!, Que tem feito?, etc, etc, conbinaram de sair para jantar mais a noite e colocar o papo em dia.
Voltou para a sala onde ficou alguns minutos escolhendo a trilha sonora para o banho, pensou em escolher Drugstore a banda da brasileira Isabel Monteiro, mas achou que o cd tinha mais cara de trilha sonora para sexo, The Bodines tambem não, talvez  os primeiros discos do Primal Scream, mas eles eram muito psicodelicos e em nada parecidos com a fase eletronica dos ultimos anos, e tambem estava fora de cogitação, mas ao passar os dedos pelo primeiro album da banda inglesa Suede, se lembrou que fazia tempo que não escutava o mesmo e que seria bom escutar algo que lhe agradace aos ouvidos.
Ao sair do banho Nina a gata siamesa, dormia tranquilamente sobre a camisa que ele havia separado antes de entrar no banho para usar naquela noite. Pegou a gata e a colocou do mesmo jeito na cama dela que ficava ao lado da sua da sua.
O Cd do Suede nem havia chegado a metade e foi trocado por um ao vivo do Velvet Underground no Max`s Kansas City.
Ainda enrolado na toalha, abriu a porta da geladeira e ficou em duvida se tomava outra coca-cola ou se tomava uma cerveja, acabou optando pela segunda opção.
Conforme ia vestindo as peças de roupas ia tomando a lata de cerveja, mas para tentar fugir do vicio em refrigerantes do que para ajudar a entrar no clima daquela  noite.
Antes de sair ficou alguns minutos sentado no escuro, meio ansioso, fazia tempo que não saia, e mais algum tempo que não via Karen Karpenter. Os dois no passado já haviam tido um relacionamento que deixou muitas cicatrizes em ambas as partes ou corações se assim preferir.
Antes de fechar porta pede pras gatinhas Nina e Bjork  que tenham juizo e vigiem a casa.

Karen Karpenter morava no centro da cidade. O predio onde ela morava apesar de já ter umas duas decadas ou mais, era todo arborizado e tinha um certo ar de modernidade que constratava com os demais predios vizinhos.
Quando ela e Byron se conheceram ela mais parecia uma menina inglesa com seus sapatos de boneca, sua maquiagem, uma bolsa estampada com a capa do Cd “ Goo “ da banda americana Sonic Youth, e suas presilinhas no cabelo, tudo ao melhor estilo londrino, que ela copiava de revistas inportadas de musica e moda.
Hoje ela perdeu um pouco o ar blase que todos os indies Kids tinham do final dos anos 90, e havia se tornada uma linda mulher Balzaquiana que aparentava ter 5 anos a menos do que sua idade real.

Assim que pegou Karen Karpenter, os primeiros pingos de chuva cairam sobre o para-brisa do carro anunciando que aquela noite seria de chuva, um contraste terrivel com a tarde quente e ensolarada.
Byron pediu para pegar algum cd no porta-luva e colocar pra tocar, ela como boa indie girl, escolheu o que estava escrito Brit pop, e a primeira musica a começar a tocar era Chemical World do Blur.

Durante o jantar conversaram sobre assuntos nem um pouco comuns a pessoas ditas normais, indo sobre o último lançamento da banda Glasvegas, ou quem estava na capa da New Music Express, bandas desconhecidas que lançaram apenas 2 singles, vizinhos barulhentos e chatos, pessoas invejosas, falsos amigos ou remedio para dor de garganta, e que como duas pessoas com nivel universitario nunca haviam trabalhado no ramo das faculdades que cursaram.
Byron pensou e resumiu, que nem mesmo seus amigos sabiam que ele era formado, e que nem fazia questão de comentar isso com as pessoas. Ele nunca foi buscar seu diploma.

Depois do jantar foram pra casa de Byron, e assim que lá chegaram a tempestade tomou conta do céu e cai pesada e violenta sobre a cidade.
Karen Karpenter e recebida pelas gatinhas e pede pra que Byron coloque alguma coisa da banda inglesa Pulp para tocar no aparelho de som, e tira da bolsa uma pequena garrafa de saque e pede que ele pegue 2 copos.

La fora o ceu era preenchido por raios,relampagos, trovões e ventos fortes. Mas os dois, tanto Byron como Karen Karpenter pouco estavam se importando com o mundo fora daquela casa. Logo a garrafa de saque estava vazia e a nostalgia tomou conta dos dois, acontecimentos de 10 anos atras vinham a tona, era o inicio do fim da idade de ouro da juventude deles, os chamados indies davam seus ultimos suspiros, as guitar bands estavam em extinção, os fanzines deram lugar as blogspots da vida, bons tempos que não voltam mais.

Pela manha durante o café, Karen revela que estava de partida para Curitiba, Byron prometeu visita-la nas ferias e que até poderia se mudar para lá, uma vez que estava cansado e que uma mudança de ares lhe faria bem a saude.