Rockabilly Psicotico, garage bands, punk rock, bandas desconhecidas...

domingo, maio 23, 2010

 
A noite não estava tão fria, mas meu estado sentimental necessitava da minha jaqueta de couro. Havia marcado de pegar Zimmerman por volta das 10 horas da noite para irmos a um antigo bar de sinuca, geralmente freqüentado apenas por velhos senhores entediados, e estas nossas noitadas geralmente se resumiam a algumas partinhas de sinuca regadas a cerveja.
O bar era decorado com antigos pôsteres de pugilistas famosos. Eu gostava daquele ambiente pois me lembrava das madrugadas no inicio dos anos 90, quando eu ficava acordado de madrugada assistindo as lutas.
Às vezes, as partidas eram interrompidas por tiros em algum outro bar barra pesada naquelas imediações.
Eu conhecia Zimmerman deste os tempos de colégio, sua irmã havia se casada cedo aos 17 anos, e toda vez que a via, ela sempre me parecia uns 10 anos, mais velha do realmente era, algumas pessoas dizem que não podemos ter dó das pessoas, pois elas que escolhem os caminhos os quais querem e vão seguir em suas vidas, seja a longa estrada da tristeza e da dor, ou a curta e rápida autopista da felicidade.
Zimmerman era como um irmão de sangue, apesar de sermos muitos diferentes em nossas personalidades.
Ele sempre acabava a noite na casa de alguma namorada, enquanto eu ficava andando pelas avenidas, prestando atenção somente nas cores dos semáforos, sem me importar com os rostos dos transeuntes que iam e vinham pelas calçadas.
Como as rádios locais nunca tocam as musicas que eu gostaria de ouvir, eu sempre deixo debaixo do banco do motorista uma pequena bolsa porta CDs onde estão grande parte da minha coleção.
As musicas iam passando em ordem randômica, servindo de trilha sonora para a minha peregrinação.
Já eram umas 4 horas da manhã, quando me veio na cabeça – “um capuccino e um pão de queijo” – mas onde poderia saciar este meu desejo à uma hora dessas?

domingo, maio 09, 2010

Cansado.
Meus olhos entendem o que vêem.
Estamos sentados, aborrecidos.
Preocupados com o futuro que não sai da frente.
Precisamos que você de um tempo a nos
Que queremos apenas atravessar por aqui.
Não queremos morrer assim, desse jeito culposo.
Estamos seguindo a distorção do som
Que vai como um desenho riscando as mais brancas folhas.
São cores diversas que nos divertem.
O cordão muda de ritmo, cor e direção.
E segue em frente.
Hoje percebo que somos um sonho.

Somos emoção e muitas vezes conclusão.
Somos refrões com interrogações.
Somos seu refugio e seu desejo que nunca floresce.
Somos todas as respostas na sua hora tediosa de questões e monotonia.
Somos os exemplos, os ponto finais, nas horas de desfeita ou despreso de encontros desapropriados e não queridos.
Somos o orgulho em suas horas de desleixo e vaidade.

Into the dark again.
I feel asleep.
Let me give the world.
In the dreanland.

And you will be here.
Real love.
It´s any way.
Real Love.

Before you fall apart.
Kisses and noises.
Here comes my faith.
To carry me on.

Comandos em Ação

Bem vindos a era da falta de comunicação.
Nem sempre uma ação provoca uma reação.
Uma guerra em tempo real na sua televisão.
Transmitindo noticias dos comandos em ação.

Ataquem! Ataquem!
Massacrem! Massacrem!
Imponham o seu valor!

O maldito filho agiu como seu bastardo pai.
Mas, sempre o inocente é o primeiro que cai.
E ambos os lados perderam filhos queridos.
Na frente de batalha, muitos doentes e feridos.

sexta-feira, maio 07, 2010





Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

Bertold Brecht (1898-1956)