Rockabilly Psicotico, garage bands, punk rock, bandas desconhecidas...

sábado, novembro 18, 2006


LUCY AND THE POPSONICS

Depois de ver uma pequenina matéria sobre eles na revista Bizz de Julho que traz na capa o ex-Planet Hemp Marcelo D-2 ( Zeca Pagodinho do século 21 ), resolvi buscar algo “ mais “ sobre esta delicia pop, que me vez ver que ainda existe vida inteligente no nosso país no que se diz respeito a música de boa qualidade. O nome desta maravilha é LUCY AND THE POPSONICS, leiam abaixo o release :

Release/Histórico

“Lucy and the Popsonics é uma linha de frente ultraminimalista, encampada pelos “kill kids” Pil Popsonic e Fernanda Popsonic, protótipos perdidos de um casal playmobil-punk para adolescentes à beira da reprovação. Eles são auxiliados pelas informações dos neurônios 0 e 1 da máquina serial que eles apelidaram de Lucy, uma baterista virtual de bits temperamentais para escolares birrentos que preferem passar os intervalos das aulas dançando no pátio do colégio. Os Popsonics partem da premissão-chavão de que “a primeira impressão é a que fica, porque se não ficasse, não seria impressão”, mas traduzem-na, porém, no puro e simples prazer estético do visual e do comportamento. Eles são o produto e o consumo de si mesmos, exaltando a supremacia da pose e a quintessência do close, ao mesmo tempo em que nos remetem à idéia wildeana de que as aparências são fundamentais em tudo.Se você gosta de dançar ao som de uma guitarra e de um baixo com notas equivalentes, arranhadas e hipnóticas, entrecortadas por efeitos colaterais eletrônicos, dance com eles. Não é um som feito para se entender nem para ser discutido: é para dançar e esquecer, e depois disso não tirar nenhuma conclusão que não seja aquela do bordão “que legal!”. Afinal, o Lucy não é coisa para acadêmicos.”

P. O Puto!

Contact: video:http://www.youtube.com/watch?v=uEN2DwIA0qQ&search=popsonicsFotolog: www.fotolog.com/lucy_popsonics
Escritório: Capital Comunicação (61) 3224-4963/3322-9615/8441-0877 (Manuela/Bianca/Fred)lucy@capitalcomunicacao.com.br

Fiquem agora com a entrevista:

1 - Fernanda a primeira impressão pelas duas musicas que escutei atravesdo Trama Virtual, e de videos postados no YouTube é que vc são totalmente pop´s, mas não aquele pop chato de FM, mas aquele popclassico de 3 minutos que gruda na 1º escutada....O que vcs acham queuma canção pop de 3 minutos tem que ter para ser chamada de " Classico"?

Entendo por "clássico" aquilo que se torna emblemático para uma época, como Beatles, Rolling Stones e Elvis foram para o mundo do rock. Uma canção com 3 minutos, para ser um clássico, tem que ser como um perfume: evocar boas lembranças da época em que estava em voga. Clássico é sempre memória.

2 - Você é o guitarrista Pil Popsonic já se conheciam antes da formação da banda ou são apenas amigos, namorados, irmãos, ou tem uma ligação como o White Stripes ?

Eu e o Pil nos conhecemos muito novos. Ficamos logo amigos e passamos a conviver. Crescemos juntos como pessoas e musicalmente também. Além de amigos, e muito amigos, somos parceiros na vida amorosa. Começamos a namorar há quase 8 anos. O Pil foi meu primeiro namorado sério e ele só entendeu o que é amor quando se deparou comigo.

3 - Existe a lenda que vcs compram roupas exclusivas para seus shows, oquanto isto é verdadeiro ?

Isso não é só verdadeiro como também é muito confortável. Temos uma P ersonal Stylist, a Karla Freire, além de outros estilistas locais que já nos vestiram em algumas ocasiões, como a Fernanda Ferrugem e a Elis Janoville.

4 - Existem planos para um cd cheio de " popsonics " ?

Essa idéia do CD para vender nas grandes lojas já não é mais parte da nossa realidade e só a encontro lá trás com as bandas que vivem de passado. Bom, chamamos então de projetos. Além de ser uma palavra mais palatável, me consola mais. Gostamos de disponibilizar MP3s na internet. Estamos em processo de pré-produção de um EP, " A fábula (ou a farsa?) de dois eletropandas" . Queremos fazer o disco para quem quiser levar a obra material para casa, mas estará tudo na internet, inclusive com a capinha para você puxar e fazer seu próprio CD pirata em casa. Para este semestre também está previsto o nosso primeiro vídeo clip de "Estetoscópio", que já foi gravado e está sendo editado por Alex Vidigal, nosso videomaker popsonic. Também estará disponível na internet, no You Tube ou no nosso Myspace: www.myspace.com/lucyandthepopsonic.

5 - Quais os equipamentos que vcs usam para conseguir este som que aomesmo tempo e simples e tosco, mas com um pouco de sofisticação, neste caso a Lucy ( ano, modelo, marca ) tem alguma voz ativa ou ela participaapenas como instrumentista, ehehehe?

Utilizamos o Reason, baixo e guitarra. Não somos músicos e nem conhecemos muitas ferramentas desse programa, mas temos a atitude de tentar fazer algo que gostaríamos de ouvir. Nessa história, acabamos descobrindo que se passarmos a utilizar mais notas e estudar mais o reason deixaremos de ser o Lucy and the Popsonics. Pretendemos continuarmos assim mesmo. A Lucy original é a que o Pil cria, que é o playmobil-punk responsável pelos seqüenciadores. Eu fico com a Lucy alternativa, que na verdade nunca chegamos a necessitar, mas não deixo de alimentá-la e sempre a coloco para estudar um pouco de música para o dia que necessitarmos dela, ela estará preparada. Eu não sei exatamente todas as informações que a Lucy do Pil carrega, mas a minha é um sandisk sansa m240.
O rock eletrônico é a melhor coisa dos últimos tempos.

6 - Quais os planos para o futuro ( filhos, faculdade, trabalho, capa daUNCUT, BIZZ, ou até mesmo alguma resenha no Folhateen ) ?

Queremos ser Fashion Stars. O nosso plano de longo prazo é dominar o mundo com nossa elegância e modernidade. Amamos os rótulos que criamos, e sobretudo amamos ser posers. O clichê é a tese comum dos outros que nos odeiam. Nós queremos mesmo é a pose, e assumimos isso. Nesse ponto, somos uma antítese daqueles que desprezam o pop. Esses, por sua vez, se tivessem uma oportunidade (shows, grana e luxúrias diversas) mudariam de atitude, tomando o primeiro elevador que os levasse do underground obscuro ao sol do mundo pop. Toda banda sonha com isso mas tem vergonha de assumir. O pop pode ser tão legal quanto o underground, assim como o underground pode ser superior ao pop ou produzir só aberrações. Depende da sua postura. Há muitos mitos sobre o mundo alternativo, que, assim como o overground, também tem pessoas muito chatas e acéfalas.

7 - Além da musica o que motiva vocês: Fernanda Popsonic e o PilPopsonic a tentarem um lugar ao som no mundo da musica ?

Diversão, conhecer pessoas, vestir roupas legais, posar, tomar banho de flashes, despertar o amor ou o ódio, não a indiferença. Os indiferentes são mornos e devem ser sumariamente vomitados.

8 - Seria muito dizer que vcs seriam o Pato Fu do seculo 21 ?
O Pato Fu é a melhor banda do século XXV. Nós estamos apenas tentando alcançá-los, partindo dos anos 2000, ainda. A música deles é artesanato fino, biscoito de primeira. Foi uma história de amor que deu certo, e gostaríamos disso pra gente. 9 - Quais os discos que vcs levariam para uma temporada em Londres ?

Não levaria, compraria lá. No máximo, baixaria algumas musicas na internet para escutar no avião. Entre as bandas que eu levaria no meu MP3 ou no meu computador estaria o Tiger Force.

10 - Alguma coisa que vcs gostariam de dizer, falar, gritar, ferir ????

O que seria do produto se não fossem os artifícios da sua embalagem? Quem iapagar pra conferir? Vai me dizer que consumiria um pirulito LollyPop se o invólucro dele não fosse bonitinho? E o Playmobil? Você acha que aquilotinha alma, conteúdo? Ora, ele era bonitinho, e pronto, você foi lá ecomprou. Agradava.Tudo bem, fizemos uma sacanagem: antes mesmo de pensarmos em ter um baterista, nós o demitimos, por justa causa. Foi mal, mas isso significaindependência.

Merci.

segunda-feira, novembro 13, 2006


How Soon Is Now? - The Smiths

Byron despertou de mais uma noite mal dormida. Seu rosto ainda trazia um pouco das tristezas e alegrias do dia anterior, na qual ele passou entre “pints” (como os ingleses chamam as cervejas) e punk rock, ele se levantou da cama e ligou o rádio em uma estação qualquer (um de seus sonhos era poder ouvie a BBC one, mas este sonho teria que esperar). Tomou um banho rápido, e saiu pelas ruas ainda frias de uma típica manha de outono, ele tinha apenas 17 anos, mas já se achava meio velho para aquilo tudo, às vezes a juventude falava mais alto é ele se dava ao luxo de ser um jovem normal, mas estes momentos eram tão raros.
A escola para ele era um lugar triste cheio de regras e lições que deveriam ser esquecidas e não aprendidas. Não tinha amigos ali, apenas conhecidos, rostos deformados pelo egoísmo e luxuria de suas vidas tão banais. Depois do almoço ele se encontrava com Steve seu melhor amigo na época. Os dois mais a namorada de Steve, chamada Carla caminhavam trocando algumas palavras, Byron estava treinando seu inglês com Steve este um americano nativo da região americana do Maine, seu sonho era ir para a Inglaterra e passar pelo menos dois anos por lá, estudando e vivendo seu English Dream na terra da Rainha.
Byron tinha um passado um tanto que glorioso. Ele havia sido e ainda era o líder de uma gangue de rua, que se auto intitulava Commados, nome este que era uma homenagem aos soldados americanos e ingleses que lutaram no desembarque na Normandia no chamado dia “D”.
Agora esta gangue estava reduzida à meia dúzia de gatos pintados que ainda tinha a vitalidade e garra dos dias de gloria.
Steve que tinha o nome de batismo Stephen Patrick O`Haley Jones era filho de um diplomata americano que perdeu um filho no Vietnam é que se mudou para o Brasil junto com a família para esquecer os fantasmas da guerra, já que o mesmo era um veterano.
Os dias da semana eram quase todos que iguais, a mesma rotina cinza e triste. Mas os finais de semana tinham que ser vivos e cheios de cores, mesmo que este se resuma a uma briga na rua ou mesmo um bom show de rock qualquer.

Finalmente a sexta-feira havia chegado, e com ela a alegria que era uma novidade no rosto de Byron e Steve. Naquela noite no Club 130, uma banda formada por amigos iria tocar e eles estariam ali para aumentar o publico e tentar descolar alguma adrenalina em meio ao caos das rodas de “pogo” e entre os decibéis dos amplificadores.
No meio da tempestade um olhar se cruza com o de Byron. Carolina o olhava como se ela fosse uma águia americana vigiando sua presa, ele estava atento, mesmo assim mantinha distancia, pois sabia que este relacionamento podia render uma grande estória de amor, ou uma estória de perdas e incertezas.
Carla amiga de Carolina torcia pelo amor entre ambos, pois sabia da tamanha solidão em que o amigo vivia. Desde a morte de uma namorada quando ele tinha apenas 15 anos seus relacionamentos amorosos estavam escassos.
Depois de algumas pints a mente de ambos só queria uma coisa, ver se realmente valia a pena, deixar para trás alguma timidez, e investir em uma conversa agradável e divertida.Naquela noite Byron e Carolina dormiram juntos e abraçados. Mas não houve sexo, nenhum dos dois tocou no assunto. Ouve na verdade algo mais verdadeiro os dois compartilharam amizade e ternura, carinho e atenção. A partir daquele momento eles estavam unidos por algo que nós não podemos comprar: a amizade sincera.



"Psychocandy" - Ano de lançamento 1985

No ano de 1985, uma nova variedade de doce foi lançada sob o nome de Psychocandy. Suas referências sonoras eram antagônicas na época – de um lado o ruído ensurdecedor, a microfonia e o barulho em sua forma mais brutal; do outro, a melodia, sessentista, nostálgica, docemente sussurrada. E o imaginário que suas letras pintavam era insólito: uma relação estranha e inédita entre rock e religião submetida a um ar ao mesmo tempo blasé e violento, uma mistura estranha entre poeta e caubói.
Hoje, vários discos depois do gênesis de sua bíblia, é fácil entender o Jesus. São escoceses que enxergam o rock como uma nova versão do cristianismo, Velvet Underground e Beach Boys pagando tributo ao mesmo Cristo – Elvis Presley. Sacerdotes de sua própria religião, o Jesus usa a guitarra como missa e todo o barulho que ela pode fazer como uma forma de resgatar os princípios básicos da comunhão com o senhor – a rebeldia, o inconformismo, o anti-status quo. A microfonia é só o latim – a língua em que a religião soa melhor. A Santíssima Trindade é formada por três acordes que, dispostos da maneira correta, como uma oração, permitem a entrada de qualquer canção – qualquer uma, não importa. "A religião é só uma forma de você refletir o que você representa", explica Jim Reid em entrevista por telefone ao 1999, "criando santos e demônios para representar o bem e o mal, que você pode escolher. Escolhi falar do rock porque ele é muito mais próximo de mim que santos e demônios".
E por rocker eles entendem uma figura meio poeta, meio caubói, sensível e durão que, como eles, podem improvisar um rock básico apenas arrancando frases a esmo de um livro de William Burroughs. Uma pessoa que era produto de "uma revolução de amor que se tornaria uma religião de amor", como escreveu Jack Kerouac, o "novo herói americano, representado pela tríade James Dean/ Marlon Brando/ Elvis Presley – a imagem da própria piedade". Por isso, o ar arrogante – pena disfarçada de orgulho.
Não no formato barrinha, mas no formato bolachinha (de vinil). Logo virou febre entre os mais atormentados adolescentes ingleses. A banda era o Jesus & Mary Chain, sensação recente no Reino Unido por já ter lançado quatro outras delícias no formato single: Upside Down, Never Understand, You Trip Me Up e Just Like Honey.Psychocandy era um doce de difícil digestão. Trazia uma base baixo-bateria estável e no volume 2 e uma camada de guitarras e microfonias completamente nervosas no volume 10. Era o que muitos chamaram de absurdo! A banda dos irmãos Reid (Jim, vocal, e William, guitarra) com Douglas Hart no baixo e Bobby Gillespie (que depois criou o Primal Scream) na bateria foi recebida de braços abertos pela crítica inglesa. Só faltava o público mundial. A Inglaterra, fiel, ouvia Jesus, mas o mundo ainda não os conhecia.